quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Desculpe, minha cidade

Desculpe, minha cidade
não poderei cantar-te
se só penso em afastar-te
para  aproximar-me de mim.
Tu me tomas todos
 ouvidos,
 pensamentos,
e até os olhos nos olhos
cidade faz virar lamento...
Não aguento
 mais
teus becos,
tuas ruas...
Não porque sujas
e sim porque velhas,
por outros inventadas
por gente com quem não suei
gente de plástico
que nem gente parece
e de súbito me aparece
para dizer-me que é outro
o caminho a escolher.
Esta escolha
se chama Minha.
Escolho
colher flores
que rimam com amores
deixo pra ti
os  horrores.
A cidade me vomita
e sobre ela eu me dobro
sobro sobre ela.
Então
sopro suas cinzas
e sonho
com minha casa azul

e sua lonjura. 

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